Motoclub Furões Vimioso

De forma exemplar começou o campeonato para a equipa. Contando com alguns percalços mecânicos e envolvidos com os melhores pilotos nacionais e oficiais, não se poderia pedir mais.
Contando com um dia solarengo, embora frio e ventoso, o percurso com cerca de 7kms diz bem que as planícies alentejanas proporcionam velocidades a roçarem os limites. Único obstáculo a travar a velocidade, só mesmo a dupla travessia de um riacho em que foi madrasta não só para as mecânicas como também para os pilotos que sentiram momentos de frio à sua passagem bastante profunda assim como o pó que gerava o percurso seco e dificultava assim a ultrapassagens. 54 motas e 48 quads apresentaram-se na taça Ibérica para percorrer a planície alentejana da Ervideira, circuito do prólogo de uma das provas do calendário nacional de TT.

Prólogo
Após 2 voltas de reconhecimento, uma única contava para o prólogo. Tó Pereira solta-se e carimbou o 5º tempo e largaria assim da segunda fila. Teofi obteve um brilhante 9º tempo numa prova que não é bem o seu género e juntava-se assim à linha de partida do seu companheiro.
O campeão em título, Diego, sempre cauteloso ao fazer um 15º lugar partia logo atrás do colegas da outra equipa. Seu parceiro Edgar Costa, a estrear a nova mota da Classe TT1, consegue um 39 seguido logo pela Sara Garcia, a mulher das motas e da equipa 2Ruedas Furões RacingTeam. Hugo Rodrigues, o sócio Brigantino do enduro, apalpa o pulso ao Campeonato de TT Ibérico com um 23º tempo no prólogo.

Nos quads, Sergio Monteiro, não contando com o seu colega de equipa, e pretendendo sair com o grupo da frente conseguiu um 12º.
Nos quads espanhóis, o sócio Miguel Angel sempre sereno coloca o seu Honda dos treinos num 16 posto, enquanto a surpresa do prólogo seria Kike Pardo, aos comandos de uma Raptor700, conseguindo um brilhante 6º tempo!

Prova
Largada das motas e alguma confusão no sistema de partida baralhou a estratégia da equipa ao permitir que outros pilotos que partissem de trás se intrometessem e assim permitir que os da frente livremente abrissem a pista. Apartir da segunda linha de partida não se respeitou a ordem de partida e gerou-se a confusão de saída livre e controlada. À passagem da primeira volta os “oficiais” da Yamaha marcavam suas posições mas já vigiados de perto pelo Tó Pereira e logo atrás pelo seu colega Teofi Jimenez.
Estratégia de equipa, meia hora de prova e Tó Pereira pára para abastecer quando seguia na 5ª posição. Bem conseguida esta estratégia pois apôs apanhar o circuito “limpo” quando os restantes resolvem parar e a 15minutos do final seguia em 3ª posição vigiando o segundo. Últimos 10 minutos da hora e meia de prova e a cremalheira da Yamaha, incompreensivelmente, começam a ceder. O piloto opta por seguir a um ritmo mais moderado e tentar gerir o tempo conseguido. Evidenciando um desgaste profundo, a cremalheira quase fez saltar a corrente. Valeu a boa gestão do piloto e conseguir chegar ao final num óptimo 5º lugar da Geral.
“A prova estava a correr tal como planeado e fisicamente senti-me perfeito. Sinto que se não fosse o problema da cremalheira, que não percebo como teve um desgaste fora do normal, teria lutado pelo segundo lugar até ao final. Nota negativa para a partida da qual alguns não respeitaram e isso compromete estratégias, pois, tanto eu como o Teofi tivemos pilotos a passar-nos na partida e a bloquearem-nos na primeira volta.”
Por sua vez, Teofi Jimenez fez uma corrida em crescendo. Apôs o reabastecimento a meio da prova, ocupando um 5º lugar, opta por atacar até ao limite e no final consegue um brilhante pódio na 3ª posição. Afinal o piloto de Mx tem “queda” para o TT! “Não estou habituado a este tipo de provas rápidas, nem minha Kawasaki que chegava a esgotar a velocidade em várias partes da pista. Mas se a questão é competir, então estou para dar o máximo e foi precisamente isso que fiz. Não cometi nenhum erro e a mota portou-se muito bem, nada a apontar. Apenas uma pedrada que me partiu os óculos e vacilei uns momentos pois ainda senti a pancada no olho. Tive de seguir uns bons minutos sem óculos o que me custou bastante. Não esperava este pódio e assim fez-me elevar a fasquia para a prova seguinte.”
Diego Huertos, campeão em título, seguiu muito cauteloso e discreto, aliás como já nos habituou. Sempre regular e controlador, já não se estranha os bons resultados e, começar o campeonato numa 8ª posição, num circuito que menos gosta é motivo de orgulho. “ Uma prova complicada. O nível de pilotos é altíssimo e não estou preparado fisicamente para eles. Por outro lado na partida não se respeitou a ordem, cada um saiu quando quis e eu fiquei logo para trás. Fico muito satisfeito com o 8º lugar e para a próxima mais e melhor!”
Edgar Costa, ás primeiras voltas foi o primeiro azarado e estreia a sua KX-F no solo. Uma queda sem consequências mas que acaba por ver passar alguns pilotos. Como um mal não vem só, vê sua mota “calar-se” minutos depois por ter colocado o comutador na reserva. Mais um contratempo que lhe valeu uns minutos de “neutralização”. O piloto de TT1 conseguiu um 35º lugar da Geral, um 11º lugar da Classe. “Foi um dia de prova de menos a mais. Houve alguma desorganização na partida onde arrancou tudo ao molho quando deviam arrancar 5 em linha o que nos fez atrasar muito porque íamos todos colados. Depois tive uma pequena queda logo na primeira volta que me fez perder algum tempo. Seguidamente por volta do minuto 50 de prova, desligou-se a mota devido a ter entrado a reserva, o que me fez perder mais tempo mas depois foi sempre a rolar até ao fim a fim de tentar recuperar as posições perdidas por estes pequenos incidentes. Foi uma má prestação que pretendo ver corrigida na próxima prova.”
Sara Garcia não é mulher de ficar atrás e crescendo ao passar das voltas. Receosa quanto ao tipo de circuito, muito rápido, terminou confiante e a cada passagem o público animava a “dama” das cores rosas dos Furões. Vencendo com naturalidade a Classe feminina terminou num 32º lugar da Geral. “não percebi muito bem a saída que me assustou imenso, pois não era para ser dessa forma e num circuito tão rápido pensei que seria abafada!! Fiquei contente com a minha prestação e vou continuar este campeonato e adquirir conhecimento neste tipo de provas.”
Menos sorte teve o piloto sócio Hugo Rodrigues que à sétima volta fura o pneu traseiro e entrou para as boxes com ele fora da jante. Uma pena, pois nesse momento ocupava metade da tabela.

Quanto aos quads, estes encontraram um circuito destroçado pelas motas. Além disso, para dificultar ainda mais, fez-se sentir muito pó no circuito. O piloto oficial, Sérgio Monteiro fez uma prova ausente de erros e a mecânica da LTR esteve à altura. Pena a falha de gestão ou assistência!
Uma saída rápida do piloto da Suzuki coloca Sérgio Monteiro logo na primeira volta na 6ª posição. Foi assim até aos 40minutos da prova. Sentindo que o seu antecedor lhe dificultava a ultrapassagem, resolve ir abastecer para posteriormente atacar. Um abastecimento rápido para atacar ao limite a segunda metade. Esta estratégia colocava o piloto na 5º posição e a ganhar terreno ao 4º. No entanto, a 5 minutos do final a “amarelinha” começa a falhar e acusar falta de combustível. Uma situação irrisória pois no abastecimento anterior o sistema de enchimento rápido bloqueou sem encher na totalidade o que fez com que a LTR partisse sem o depósito cheio! Esta situação obrigou o piloto a entrar para um segundo abastecimento e lhe fez perder muitos lugares até à 8º posição.
“ Estou-me a sentir quase no topo dos 5 primeiros. A mota está 5 estrelas, a equipa está em grande e muito bem preparada e espero que o meu colega de equipa esteja a um bom nível. Espero que corra tudo bem é o principal que pedimos.”
Por sua vez os pilotos sócios dos quads mostraram a sua raça competidora. Kike Pardo mostrou que afinal o Raptor700 pode ser muito competitivo neste género de provas. Não fosse o eixo traseiro ceder e teria de certeza alcançado um feito, pois a 6 voltas ocupava um 4º lugar. Miguel Angel sempre atacando apartir do meio das provas, conseguiu um 11º lugar.

Um começo de temporada com nota positiva e que deixa as equipas na frente da tabela classificativa para a segunda prova dia 8 Março no norte, em Castelo de Paiva, onde se irá juntar o piloto da QuadRacing FurõesTeam, Cristian Isidro.